Aves
"Até parece que nunca tiveram um rosto. Os produtos animais expostos nas prateleiras e freezers dos supermercados são apresentados higienicamente limpos e empacotados num ambiente plácido, tranqüilo. Mas esse lugar calmo e perfumado, geralmente com música suave ao fundo, esconde uma outra realidade.
Manejo: Por detrás da farsa da propaganda se encontra a dura realidade dos milhões de frangos criados em cativeiro, impedidos de ciscar alegremente, tristes, sem direito à liberdade, ao sol, vivendo em “celas” superlotadas até atingir o peso ideal (obtido através de hormônios e de outros medicamentos), quando são cruelmente abatidos. Durante sua vida miserável, passam por verdadeira tortura. A superpopulação estressa profundamente as aves. No setor das “unidades” poedeiras, as galinhas são expostas à luz artificial constante, de modo a pensarem que o dia é contínuo, o que mantém o seu metabolismo ativo na produção de ovos.
Devido à sobrecarga a que são forçadas, acabam vivendo pouco. Sob forte tensão, tendem a se bicar e a se dilacerar. Então os criadores resolveram o problema: a “debicação”, técnica de cortar a ponta do bico dos frangos ao nascerem. Essa prática acontece regularmente, independente da dor que possa produzir no animal. E como produz! A ponta do bico das aves, assim como a parte interna das unhas dos homens, é de grande sensibilidade. Calcula-se que a debicação produza uma dor semelhante àquela que sentimos ao cortar a ponta de um dedo (ou do nosso nariz!). Tanto é assim que, após terem parte dos seus bicos cortados, os pobres animais se debatem de dor e correm apavorados de um lado para o outro, emitindo sons de agonia. Geralmente têm sangramento profuso e correm o risco de morrer. Os criadores – não por humanismo, é claro, mas para evitar prejuízos com a morte por hemorragia – mais uma vez lançam mão da sua habitual crueldade: logo em seguida a debicação, cauterizam o bico do pintinho com um aparelho que apresenta um fundo incandescente... Ao conferirmos o modo com vivem esses animais e a tortura a que são submetidos, percebemos que não somente as grandes granjas, mas também as pocilgas e os locais de criação de gado, nada devem aos campos de concentração. Muitos frangos e galinhas poedeiras morrem subitamente nessas “fazendas”, certamente de tristeza. Outras são transportadas em caminhões superlotados, sendo expostas ao sol, ao frio, ao vento, a chuva e a um jejum prolongado."
http://www.pea.org.br
É por isso que admiramos nossa querida colega Jurema! Totalmente a favor dos animais! SEMPRE!
Eco acessos:
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Onda de calor
Homem é responsável por onda de calor
Estudo sugere que ações humanas, como emissão de gases-estufa, dobram possibilidade de evento climático extremo
Cristina Amorim escreve para a “Folha de SP”:
Uma pesquisa publicada hoje na revista britânica "Nature" (http://www.nature.com) sustenta o que muita gente já desconfiava: ações humanas, como a emissão de gases-estufa, pelo menos duplicam as chances de surgimento de ondas de calor como a que matou milhares na Europa em 2003.
A relação entre atividades humanas e mudanças climáticas catastróficas povoava a mente dos climatologistas antes mesmo do episódio europeu (que teria levado 14 mil pessoas à morte só na França). Provar era outra história.
Peter Stott, da Universidade de Reading, e Daithi Stone e Myles Allen, da Universidade de Oxford, todos no Reino Unido, descobriram uma forma de juntar os dois fatores com 90% de confiabilidade. Eles rodaram em computador um modelo climático que simula quais seriam as temperaturas no verão europeu com e sem atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, com base em registros desde 1851.
"A onda de calor poderia ter uma origem natural. Porém, o que vimos é que as chances de ela aparecer dobram quando inserimos a ação do homem no contexto", disse Stott à Folha.
A análise também sugere que, nos anos 2040, pelo menos metade dos verões será mais quente do que o registrado no ano passado -e que, lá no final do século, a estação quente de 2003 será considerada até amena.
Em agosto, outro estudo, publicado na revista "Science" (http://www.sciencemag.org), mostrou que as ondas de calor vão se tornar mais freqüentes, longas e quentes até 2080.
Usando um modelo climático diferente, pesquisadores do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica), dos Estados Unidos, mostraram que o evento terá 14 dias em média (hoje, dura 6 dias em média) e que ocorrerá duas vezes ao ano a partir de 2080.
"O impacto", diz Stott, "será sentido em mortes extras, incêndios florestais e grande abalo em plantações." Só em 2003, a agricultura européia sofreu um prejuízo de US$ 12,3 bilhões por causa das temperaturas altas.
Ondas de calor são causadas quando há um "bloqueio" na atmosfera que impede a chegada da umidade a determinado local. Um dos bloqueios pode ser uma elevação da pressão, com origem natural ou causada por gases-estufa. Os dias são claros e quentes e as noites são menos frescas, mantendo a temperatura elevada.
Dois artigos acompanham o estudo de Stott na "Nature". No primeiro, os climatologistas Christoph Schär, da Suíça, e Gerd Jendritzky, da Alemanha, pedem que mais pesquisas do gênero sejam feitas para corroborar a tese.
Contudo, eles admitem que os novos dados são um "grande passo" na direção de traçar quais são as chances de eventos meteorológicos tomarem dimensões catastróficas por causa do homem.
No segundo artigo, o mesmo Myles que assina a pesquisa com Stott questiona, ao lado do advogado Richard Lord, as implicações legais dos resultados. Estabelecer um vínculo de causa e efeito pode abrir espaço para governos e organizações serem responsabilizados pelo aquecimento global.
"Seja qual for a temperatura na Europa no próximo verão, podemos ter certeza de que o argumento sobre quem paga pelo custo da mudança climática chegou para ficar", dizem Myles e Lord.
Doug Parr, da ONG ambientalista Greenpeace, afirma que o estudo pode ser o início de ações legais contra o que chama de "vilões do clima": "Assim como a indústria do cigarro, os grandes poluidores poderiam encarar grandes processos. Os poluidores deveriam saber que, se ignoram argumentos morais, a responsabilidade legal pode atingi-los".
(Com "The Independent")
(Folha de SP, 2/12)
Fonte:jornaldaciencia.org.br
Estudo sugere que ações humanas, como emissão de gases-estufa, dobram possibilidade de evento climático extremo
Cristina Amorim escreve para a “Folha de SP”:
Uma pesquisa publicada hoje na revista britânica "Nature" (http://www.nature.com) sustenta o que muita gente já desconfiava: ações humanas, como a emissão de gases-estufa, pelo menos duplicam as chances de surgimento de ondas de calor como a que matou milhares na Europa em 2003.
A relação entre atividades humanas e mudanças climáticas catastróficas povoava a mente dos climatologistas antes mesmo do episódio europeu (que teria levado 14 mil pessoas à morte só na França). Provar era outra história.
Peter Stott, da Universidade de Reading, e Daithi Stone e Myles Allen, da Universidade de Oxford, todos no Reino Unido, descobriram uma forma de juntar os dois fatores com 90% de confiabilidade. Eles rodaram em computador um modelo climático que simula quais seriam as temperaturas no verão europeu com e sem atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis, com base em registros desde 1851.
"A onda de calor poderia ter uma origem natural. Porém, o que vimos é que as chances de ela aparecer dobram quando inserimos a ação do homem no contexto", disse Stott à Folha.
A análise também sugere que, nos anos 2040, pelo menos metade dos verões será mais quente do que o registrado no ano passado -e que, lá no final do século, a estação quente de 2003 será considerada até amena.
Em agosto, outro estudo, publicado na revista "Science" (http://www.sciencemag.org), mostrou que as ondas de calor vão se tornar mais freqüentes, longas e quentes até 2080.
Usando um modelo climático diferente, pesquisadores do NCAR (Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica), dos Estados Unidos, mostraram que o evento terá 14 dias em média (hoje, dura 6 dias em média) e que ocorrerá duas vezes ao ano a partir de 2080.
"O impacto", diz Stott, "será sentido em mortes extras, incêndios florestais e grande abalo em plantações." Só em 2003, a agricultura européia sofreu um prejuízo de US$ 12,3 bilhões por causa das temperaturas altas.
Ondas de calor são causadas quando há um "bloqueio" na atmosfera que impede a chegada da umidade a determinado local. Um dos bloqueios pode ser uma elevação da pressão, com origem natural ou causada por gases-estufa. Os dias são claros e quentes e as noites são menos frescas, mantendo a temperatura elevada.
Dois artigos acompanham o estudo de Stott na "Nature". No primeiro, os climatologistas Christoph Schär, da Suíça, e Gerd Jendritzky, da Alemanha, pedem que mais pesquisas do gênero sejam feitas para corroborar a tese.
Contudo, eles admitem que os novos dados são um "grande passo" na direção de traçar quais são as chances de eventos meteorológicos tomarem dimensões catastróficas por causa do homem.
No segundo artigo, o mesmo Myles que assina a pesquisa com Stott questiona, ao lado do advogado Richard Lord, as implicações legais dos resultados. Estabelecer um vínculo de causa e efeito pode abrir espaço para governos e organizações serem responsabilizados pelo aquecimento global.
"Seja qual for a temperatura na Europa no próximo verão, podemos ter certeza de que o argumento sobre quem paga pelo custo da mudança climática chegou para ficar", dizem Myles e Lord.
Doug Parr, da ONG ambientalista Greenpeace, afirma que o estudo pode ser o início de ações legais contra o que chama de "vilões do clima": "Assim como a indústria do cigarro, os grandes poluidores poderiam encarar grandes processos. Os poluidores deveriam saber que, se ignoram argumentos morais, a responsabilidade legal pode atingi-los".
(Com "The Independent")
(Folha de SP, 2/12)
Fonte:jornaldaciencia.org.br
Derretimento de geleiras
WASHINGTON (Reuters) - O derretimento das geleiras no Ártico pode custar de 2,4 trilhões de dólares a 24 trilhões de dólares até 2050 em danos à agricultura global, aos imóveis e às seguradoras causados pelo aumento do nível dos oceanos, enchentes e ondas de calor, informou um estudo divulgado na sexta-feira.
"Todos ao redor do mundo irão carregar esses custos", afirmou Eban Goodstein, um economista do Bard College, no Estado de Nova York, e co-autor do estudo chamado "Tesouro Ártico, Ativos Mundiais Derretendo".
Ele afirmou que o relatório, revisado por mais de uma dezena de cientistas e economistas e financiado pelo Pew Environment Group, um braço do Pew Charitable Trusts, é a primeira tentativa de calcular o tamanho das perdas de uma das regiões mais importantes para o clima mundial.
"O Ártico é o ar-condicionado do planeta e ele está começando a entrar em colapso", disse.
O derretimento de gelo e neve no Oceano Ártico já custa ao mundo de 61 bilhões a 371 bilhões de dólares anualmente, principalmente devido a ondas de calor, enchentes e outros fatores, disse o estudo.
As perdas podem aumentar, pois um Ártico mais quente tende a soltar grandes quantidades de metano. O gás teria um impacto 21 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento global.
O derretimento do gelo no Oceano Ártico já está causando um aumento de temperaturas, pois a água escura, resultante do gelo derretido, absorve mais energia solar, afirmou. Isso pode causar derretimentos de mais geleiras e aumentar o nível dos oceanos.
Enquanto boa parte da Europa e dos Estados Unidos têm sofrido com nevascas e temperaturas abaixo do esperado neste inverno, as evidências aumentam de que o Ártico está em risco devido ao aquecimento.
Os gases geradores do efeito estufa saídos de escapamentos e chaminés levaram as temperaturas do Ártico, na última década, ao maior nível em pelo menos 2.000 anos, revertendo uma tendência natural de resfriamento, informou uma equipe internacional de pesquisadores no jornal Science, em setembro.
As emissões de metano do Ártico subiram 30 por cento nos últimos anos, disseram cientistas no mês passado.
(Reportagem de Timothy Gardner)
"Todos ao redor do mundo irão carregar esses custos", afirmou Eban Goodstein, um economista do Bard College, no Estado de Nova York, e co-autor do estudo chamado "Tesouro Ártico, Ativos Mundiais Derretendo".
Ele afirmou que o relatório, revisado por mais de uma dezena de cientistas e economistas e financiado pelo Pew Environment Group, um braço do Pew Charitable Trusts, é a primeira tentativa de calcular o tamanho das perdas de uma das regiões mais importantes para o clima mundial.
"O Ártico é o ar-condicionado do planeta e ele está começando a entrar em colapso", disse.
O derretimento de gelo e neve no Oceano Ártico já custa ao mundo de 61 bilhões a 371 bilhões de dólares anualmente, principalmente devido a ondas de calor, enchentes e outros fatores, disse o estudo.
As perdas podem aumentar, pois um Ártico mais quente tende a soltar grandes quantidades de metano. O gás teria um impacto 21 vezes maior que o dióxido de carbono no aquecimento global.
O derretimento do gelo no Oceano Ártico já está causando um aumento de temperaturas, pois a água escura, resultante do gelo derretido, absorve mais energia solar, afirmou. Isso pode causar derretimentos de mais geleiras e aumentar o nível dos oceanos.
Enquanto boa parte da Europa e dos Estados Unidos têm sofrido com nevascas e temperaturas abaixo do esperado neste inverno, as evidências aumentam de que o Ártico está em risco devido ao aquecimento.
Os gases geradores do efeito estufa saídos de escapamentos e chaminés levaram as temperaturas do Ártico, na última década, ao maior nível em pelo menos 2.000 anos, revertendo uma tendência natural de resfriamento, informou uma equipe internacional de pesquisadores no jornal Science, em setembro.
As emissões de metano do Ártico subiram 30 por cento nos últimos anos, disseram cientistas no mês passado.
(Reportagem de Timothy Gardner)
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Você sabe o que é racismo ambiental?
Racismo Ambiental:
expropriação do território e negação da cidadania
Tania Pacheco
“Chamamos de Racismo Ambiental às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre etnias e populações mais vulneráveis. O Racismo Ambiental não se configura apenas através de ações que tenham uma intenção racista, mas, igualmente, através de ações que tenham impacto “racial”, não obstante a intenção que lhes tenha dado origem. (…)
O conceito de Racismo Ambiental nos desafia a ampliar nossas visões de mundo e a lutar por um novo paradigma civilizatório, por uma sociedade igualitária e justa, na qual democracia plena e cidadania ativa não sejam direitos de poucos privilegiados, independentemente de cor, origem e etnia” (Pacheco: 2007).
Fonte: racismoambiental.net.br
expropriação do território e negação da cidadania
Tania Pacheco
“Chamamos de Racismo Ambiental às injustiças sociais e ambientais que recaem de forma implacável sobre etnias e populações mais vulneráveis. O Racismo Ambiental não se configura apenas através de ações que tenham uma intenção racista, mas, igualmente, através de ações que tenham impacto “racial”, não obstante a intenção que lhes tenha dado origem. (…)
O conceito de Racismo Ambiental nos desafia a ampliar nossas visões de mundo e a lutar por um novo paradigma civilizatório, por uma sociedade igualitária e justa, na qual democracia plena e cidadania ativa não sejam direitos de poucos privilegiados, independentemente de cor, origem e etnia” (Pacheco: 2007).
Fonte: racismoambiental.net.br
13 razões para dizer não à carcinicultura
A criação de camarão, conhecida como carcinicultura, é uma atividade que traz graves impactos ambientais e sociais às regiões onde se estabelece. Listamos aqui 13 pontos que mostram o quanto a carcinicultura prejudica o meio ambiente e a vida das comunidades pesqueiras.
1.Ocupa Áreas de Preservação Permanente - APP´s (Código Florestal Lei 4771/65 e Resolução CONAMA 303/02): a ocupação de APP´s é observada na maioria dos empreendimentos estabelecidos no Ceará, representando 79,5% das áreas onde esta atividade é desenvolvida.
2.Ameaça a integridade dos manguezais: a carcinicultura é responsável por inúmeros impactos ambientais vinculados ao ecossistema manguezal, dentre os quais destacamos: desmatamento de mangue em mais de um quarto (26,9%) dos empreendimentos existentes no Ceará, artificialização dos canais de maré e das gamboas e bloqueio dos fluxos das águas, comprometendo o equilíbrio ecológico deste ecossistema.
3.Contamina a água: o lançamento de águas, provenientes dos cultivos no solo, nas gamboas e nos estuários é responsável pela contaminação do lençol freático e alteração da qualidade da água, ocasionando a mortandade de peixes e caranguejos, inutilizando a água para o consumo humano. No Ceará, 77% dos empreendimentos não utilizam bacia de sedimentação (tratamento de água) e 86,1% não reciclam água. Além disso, muitos viveiros são construídos sobre aqüíferos, causando a salinização das águas e destruindo as possibilidades da pequena agricultura ser desenvolvida pelas comunidades.
4.Privatiza e gera conflitos pelo uso das águas: segundo a FAO, para cultivar 01 Kg de camarão em cativeiro são necessários pelo menos 50 mil litros de água. No Ceará, a EMBRAPA calculou em 262m3/ha o consumo das fazendas situadas no Jaguaribe utilizando água doce que implica em um consumo anual de 58.874m3/há. Vale dizer que essa demanda hídrica representa mais do que as principais culturas irrigadas do Baixo Jaguaribe (arroz irrigado, banana). O valor cobrado aos carcinicultores pelo uso da água é de apenas 2% do valor real. Mas, mesmo pagando tão pouco pela água, os empresários deste setor somam atualmente uma dívida de aproximadamente R$735.950,00 com a COGERH, alcançando um índice de 98% de inadimplência junto a este órgão.
5.Privatiza Terras da União: a implantação de viveiros de camarão normalmente é realizada em áreas que eram utilizadas para a pesca, mariscagem, uso de produtos da flora do mangue (cascas, tanino) por parte das comunidades tradicionais. No lugar destas atividades a carciinicultura se introduz nessas áreas, tendo como marca principal a colocação de cercas em torno dos viveiros impedindo o acesso de pescadores/as, agricultores/as, índios/as e marisqueiras às áreas ainda disponíveis para o extrativismo.
6.Propaga um falso discurso de emprego e renda: a chegada da carcinicultura é sempre acompanhada de promessas de geração de emprego e renda. No entanto, isso não se configura como realidade, uma vez que, os empregos gerados são precarizados pela falta de formalização e exposição dos trabalhadores/as a jornadas de trabalho exaustivas. No Ceará, 01 pessoa no máximo é empregada (mesmo assim esse emprego é sazonal e precarizado) para cada 01hectare de viveiro de camarão.
7.Viola os direitos humanos: diante da resistência a expansão da carcinicultura, as comunidades sofrem violência física e psicológica. Casos de assassinatos e torturas, relacionados à atividade, já foram denunciados à justiça no Ceará e em outros estados.
8.Destrói os meios de trabalho das comunidades tradicionais: na medida em que afeta diretamente o ecossistema manguezal inviabilizando o exercício das atividades tradicionais como a mariscagem, a cata de caranguejo e a pesca. O que tem impactado fortemente as mulheres que realizam a mariscagem. Enquanto 01 hectare de fazenda de camarão emprega no máximo 01 pessoa, em 01 hectare de manguezal trabalham 10 famílias.
9.Ameaça a segurança alimentar: a implantação de viveiros em áreas de manguezal reduz a capacidade de produção de alimentos associada a esse ecossistema que funciona como berçário da vida marinha, local de alimentação, abrigo e reprodução para 75% das espécies pesqueiras que colaboram para a soberania alimentar e sustentam a produção de pescado do Brasil. Além disso, para produzir 30 toneladas de camarão, a carcinicultura consome 90 toneladas de peixes marinhos para fabricação de ração. Esta produção de camarão é destinada, em sua grande maioria, ao mercado internacional e, mais recentemente, para abastecer os mercados dos centros urbanos.
10.Ameaça a saúde dos/as trabalhadores/as: o metabissulfito de sódio é um produto químico amplamente usado na despesca do camarão. Ao reagir com a água, o metabissulfito libera dióxido de enxofre (SO2), gás que causa irritação na pele, nos olhos, na laringe e na traquéia. Esse é considerado um agente de insalubridade máxima pela Norma No. 15 do Ministério do Trabalho. Doenças respiratórias, de pele e óbitos provocados pela exposição ao produto já foram identificados no Ceará.
11.Descumpre a legislação ambiental: a maior parte dos empreendimentos de carcinicultura, no Estado do Ceará, apresenta situação de irregularidade frente ao licenciamento ambiental. 51,8% dos empreendimentos em instalação, em operação ou desativados são irregulares.
12.Agrava o racismo ambiental: a atividade gera lucros exorbitantes para uma pequena minoria (formada por homens brancos e ricos) e danos para a população mais pobre (composta em sua maioria por descendentes de negros e indígenas) que vivem em comunidades tradicionais. Enquanto uma minoria se apropria dos benefícios do “crescimento”, são externalizados ou transferidos à sociedade altos custos sociais e ambientais. Ou seja, a atividade proporciona luxo para os ricos e deixa para os pobres o lixo, os custos e os riscos da degradação ambiental.
13.Utiliza inadequadamente os recursos públicos: recursos que deveriam ser investidos na melhoria da qualidade de vida das populações são destinados ao desenvolvimento de uma atividade altamente predatória e insustentável socioambientalmente. Instituições financeiras como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES já disponibilizaram milhões de reais para os empresários da carcinicultura. Em 2005, o Banco do Nordeste investiu R$ 59,4 milhões nesta atividade. Além do financiamento, esses empresários ainda recebem subsídios de água e desconto de 73% na tarifa de energia elétrica de 21h30 às 06h do dia seguinte.
Atualmente, a carcinicultura vive uma grave crise econômica, agravada por problemas ecológicos, como o surgimento de doenças virais nos camarões cultivados - é o caso da mionecrose muscular (Myonecrosis Infectious Virus - IMNV). Essa crise reflete um ciclo produtivo de desenvolvimento caracterizado pela insustentabilidade, o que faz com que a atividade, antes apresentada como uma das mais lucrativas da economia brasileira, entrasse em colapso, num processo de decadência e falência, expresso no abandono dos viveiros. No Ceará, 70% das fazendas de camarão foram abandonadas. Mesmo diante dos fatos, muitos ainda continuam alardeando a atividade como motor de desenvolvimento.
Greenpeace Brasil
Fórum Cearense de Meio Ambiente - FORCEMA
Fórum Cearense de Mulheres – FCM
Fórum dos Pescadores e Pescadoras do Litoral Cearense - FPPLC
Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará – FDZCC
Rede de Educação Ambiental do Litoral Cearense - REALCE
Frente Cearense por uma Nova Cultura de Águas e Contra a Transposição das Águas do Rio São Francisco
Rede de Advogados Populares – RENAP
RedManglar
GT de Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Fonte: site do Greenpeace
1.Ocupa Áreas de Preservação Permanente - APP´s (Código Florestal Lei 4771/65 e Resolução CONAMA 303/02): a ocupação de APP´s é observada na maioria dos empreendimentos estabelecidos no Ceará, representando 79,5% das áreas onde esta atividade é desenvolvida.
2.Ameaça a integridade dos manguezais: a carcinicultura é responsável por inúmeros impactos ambientais vinculados ao ecossistema manguezal, dentre os quais destacamos: desmatamento de mangue em mais de um quarto (26,9%) dos empreendimentos existentes no Ceará, artificialização dos canais de maré e das gamboas e bloqueio dos fluxos das águas, comprometendo o equilíbrio ecológico deste ecossistema.
3.Contamina a água: o lançamento de águas, provenientes dos cultivos no solo, nas gamboas e nos estuários é responsável pela contaminação do lençol freático e alteração da qualidade da água, ocasionando a mortandade de peixes e caranguejos, inutilizando a água para o consumo humano. No Ceará, 77% dos empreendimentos não utilizam bacia de sedimentação (tratamento de água) e 86,1% não reciclam água. Além disso, muitos viveiros são construídos sobre aqüíferos, causando a salinização das águas e destruindo as possibilidades da pequena agricultura ser desenvolvida pelas comunidades.
4.Privatiza e gera conflitos pelo uso das águas: segundo a FAO, para cultivar 01 Kg de camarão em cativeiro são necessários pelo menos 50 mil litros de água. No Ceará, a EMBRAPA calculou em 262m3/ha o consumo das fazendas situadas no Jaguaribe utilizando água doce que implica em um consumo anual de 58.874m3/há. Vale dizer que essa demanda hídrica representa mais do que as principais culturas irrigadas do Baixo Jaguaribe (arroz irrigado, banana). O valor cobrado aos carcinicultores pelo uso da água é de apenas 2% do valor real. Mas, mesmo pagando tão pouco pela água, os empresários deste setor somam atualmente uma dívida de aproximadamente R$735.950,00 com a COGERH, alcançando um índice de 98% de inadimplência junto a este órgão.
5.Privatiza Terras da União: a implantação de viveiros de camarão normalmente é realizada em áreas que eram utilizadas para a pesca, mariscagem, uso de produtos da flora do mangue (cascas, tanino) por parte das comunidades tradicionais. No lugar destas atividades a carciinicultura se introduz nessas áreas, tendo como marca principal a colocação de cercas em torno dos viveiros impedindo o acesso de pescadores/as, agricultores/as, índios/as e marisqueiras às áreas ainda disponíveis para o extrativismo.
6.Propaga um falso discurso de emprego e renda: a chegada da carcinicultura é sempre acompanhada de promessas de geração de emprego e renda. No entanto, isso não se configura como realidade, uma vez que, os empregos gerados são precarizados pela falta de formalização e exposição dos trabalhadores/as a jornadas de trabalho exaustivas. No Ceará, 01 pessoa no máximo é empregada (mesmo assim esse emprego é sazonal e precarizado) para cada 01hectare de viveiro de camarão.
7.Viola os direitos humanos: diante da resistência a expansão da carcinicultura, as comunidades sofrem violência física e psicológica. Casos de assassinatos e torturas, relacionados à atividade, já foram denunciados à justiça no Ceará e em outros estados.
8.Destrói os meios de trabalho das comunidades tradicionais: na medida em que afeta diretamente o ecossistema manguezal inviabilizando o exercício das atividades tradicionais como a mariscagem, a cata de caranguejo e a pesca. O que tem impactado fortemente as mulheres que realizam a mariscagem. Enquanto 01 hectare de fazenda de camarão emprega no máximo 01 pessoa, em 01 hectare de manguezal trabalham 10 famílias.
9.Ameaça a segurança alimentar: a implantação de viveiros em áreas de manguezal reduz a capacidade de produção de alimentos associada a esse ecossistema que funciona como berçário da vida marinha, local de alimentação, abrigo e reprodução para 75% das espécies pesqueiras que colaboram para a soberania alimentar e sustentam a produção de pescado do Brasil. Além disso, para produzir 30 toneladas de camarão, a carcinicultura consome 90 toneladas de peixes marinhos para fabricação de ração. Esta produção de camarão é destinada, em sua grande maioria, ao mercado internacional e, mais recentemente, para abastecer os mercados dos centros urbanos.
10.Ameaça a saúde dos/as trabalhadores/as: o metabissulfito de sódio é um produto químico amplamente usado na despesca do camarão. Ao reagir com a água, o metabissulfito libera dióxido de enxofre (SO2), gás que causa irritação na pele, nos olhos, na laringe e na traquéia. Esse é considerado um agente de insalubridade máxima pela Norma No. 15 do Ministério do Trabalho. Doenças respiratórias, de pele e óbitos provocados pela exposição ao produto já foram identificados no Ceará.
11.Descumpre a legislação ambiental: a maior parte dos empreendimentos de carcinicultura, no Estado do Ceará, apresenta situação de irregularidade frente ao licenciamento ambiental. 51,8% dos empreendimentos em instalação, em operação ou desativados são irregulares.
12.Agrava o racismo ambiental: a atividade gera lucros exorbitantes para uma pequena minoria (formada por homens brancos e ricos) e danos para a população mais pobre (composta em sua maioria por descendentes de negros e indígenas) que vivem em comunidades tradicionais. Enquanto uma minoria se apropria dos benefícios do “crescimento”, são externalizados ou transferidos à sociedade altos custos sociais e ambientais. Ou seja, a atividade proporciona luxo para os ricos e deixa para os pobres o lixo, os custos e os riscos da degradação ambiental.
13.Utiliza inadequadamente os recursos públicos: recursos que deveriam ser investidos na melhoria da qualidade de vida das populações são destinados ao desenvolvimento de uma atividade altamente predatória e insustentável socioambientalmente. Instituições financeiras como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES já disponibilizaram milhões de reais para os empresários da carcinicultura. Em 2005, o Banco do Nordeste investiu R$ 59,4 milhões nesta atividade. Além do financiamento, esses empresários ainda recebem subsídios de água e desconto de 73% na tarifa de energia elétrica de 21h30 às 06h do dia seguinte.
Atualmente, a carcinicultura vive uma grave crise econômica, agravada por problemas ecológicos, como o surgimento de doenças virais nos camarões cultivados - é o caso da mionecrose muscular (Myonecrosis Infectious Virus - IMNV). Essa crise reflete um ciclo produtivo de desenvolvimento caracterizado pela insustentabilidade, o que faz com que a atividade, antes apresentada como uma das mais lucrativas da economia brasileira, entrasse em colapso, num processo de decadência e falência, expresso no abandono dos viveiros. No Ceará, 70% das fazendas de camarão foram abandonadas. Mesmo diante dos fatos, muitos ainda continuam alardeando a atividade como motor de desenvolvimento.
Greenpeace Brasil
Fórum Cearense de Meio Ambiente - FORCEMA
Fórum Cearense de Mulheres – FCM
Fórum dos Pescadores e Pescadoras do Litoral Cearense - FPPLC
Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará – FDZCC
Rede de Educação Ambiental do Litoral Cearense - REALCE
Frente Cearense por uma Nova Cultura de Águas e Contra a Transposição das Águas do Rio São Francisco
Rede de Advogados Populares – RENAP
RedManglar
GT de Racismo Ambiental da Rede Brasileira de Justiça Ambiental
Fonte: site do Greenpeace
Controvérsias
O ano em que foi registrado o recorde de altas temperaturas na Terra não foi 2007 ou 2008, mas 1998. Nos últimos 11 anos não se observou um aumento das temperaturas do planeta. Ninguém previu isso, mesmo com o aumento das emissões de dióxido de carbono, gás que se pensa ser o responsável pelo aquecimento global.
Aqueles que não acreditam na mudança do clima da Terra argumentam que há ciclos naturais, dos quais não se tem controle, que determinam a temperatura do planeta. Mas qual a evidência disso?
A abordagem das pesquisas foi simples: verificar o comportamento do sol e a intensidade dos raios cósmicos nos últimos 30-40 anos e compará-los com a tendência de aumento da temperatura. Os resultados foram claros: “o aquecimento nas duas últimas décadas dos 40 anos pesquisados não pode ter sido causado pela atividade solar”, declara Dr. Piers Forster, da Universidade de Leads. Mas outro cientista, Piers Corbyn, da Weatheraction, discorda. Ele acredita que as partículas com energia do sol que chegam à Terra nos provocam um grande impacto.
De acordo com a pesquisa desenvolvida pelo professor Don Easterbrrk, da Western Washington University, os oceanos e a temperatura são correlatos. Os oceanos, segundo o professor, têm um ciclo de aquecimento e resfriamento natural. Nos anos 1980 e 1990, estávamos num ciclo positivo, isto é, de temperaturas mais altas que a média. As observações revelaram que, nesta época, a temperatura global era quente também.
Estes ciclos, no passado, duravam cerca de 30 anos.
Fontes: BBC News - What happened to global warming?
Aqueles que não acreditam na mudança do clima da Terra argumentam que há ciclos naturais, dos quais não se tem controle, que determinam a temperatura do planeta. Mas qual a evidência disso?
A abordagem das pesquisas foi simples: verificar o comportamento do sol e a intensidade dos raios cósmicos nos últimos 30-40 anos e compará-los com a tendência de aumento da temperatura. Os resultados foram claros: “o aquecimento nas duas últimas décadas dos 40 anos pesquisados não pode ter sido causado pela atividade solar”, declara Dr. Piers Forster, da Universidade de Leads. Mas outro cientista, Piers Corbyn, da Weatheraction, discorda. Ele acredita que as partículas com energia do sol que chegam à Terra nos provocam um grande impacto.
De acordo com a pesquisa desenvolvida pelo professor Don Easterbrrk, da Western Washington University, os oceanos e a temperatura são correlatos. Os oceanos, segundo o professor, têm um ciclo de aquecimento e resfriamento natural. Nos anos 1980 e 1990, estávamos num ciclo positivo, isto é, de temperaturas mais altas que a média. As observações revelaram que, nesta época, a temperatura global era quente também.
Estes ciclos, no passado, duravam cerca de 30 anos.
Fontes: BBC News - What happened to global warming?
Propostas para um mundo pior
Um documento confidencial da ONU, que caiu nas mãos de repórteres do jornal inglês The Guardian, mostra que, levando-se em conta tudo o que foi prometido em termos de redução de emissões de CO2 pelos países que estão reunidos em Copenhague, a temperatura média da Terra estaria em torno de 3ºC mais alta no fim desse século. Esse aumento, segundo os cientistas, teria consequências devastadoras para a vida no planeta.
Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), esse aumento de 3ºC significa:
- Mais enchentes e tempestades;
- Aumento do risco de extinção para 30% das espécies do planeta;
- Alterações em ecossistemas;
- Aumento da mortalidade de corais;
- Tendência a queda de produtividade de grãos em certas partes do planeta;
- Vetores de doenças podem mudar de local e atingir áreas onde não ocorriam.
Mais no site do Greenpeace
Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), esse aumento de 3ºC significa:
- Mais enchentes e tempestades;
- Aumento do risco de extinção para 30% das espécies do planeta;
- Alterações em ecossistemas;
- Aumento da mortalidade de corais;
- Tendência a queda de produtividade de grãos em certas partes do planeta;
- Vetores de doenças podem mudar de local e atingir áreas onde não ocorriam.
Mais no site do Greenpeace
2010 - Ano da Biodiversidade
A organização das nações unidas (ONU) oficializa o ano internacional da biodiversidade. O objetivo é divulgar a relevância do assunto e chamar a atenção para as taxas alarmantes de perda de biodiversidade. Estudos apontam que 17.000 espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção. Além disso, 60% dos ecossistemas do planeta não são mais capazes de prover os serviços ecológicos dos quais o homem depende, tais como produção de alimentos, água potável e controle do clima.
O Brasil, é o 1º país do mundo em biodiversidade.
Fonte: WWF Brasil
O Brasil, é o 1º país do mundo em biodiversidade.
Fonte: WWF Brasil
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